O espectro autista envolve três patologias específicas: autismo clássico, síndrome de Asperger (comunicam-se, não apresentam alteração intelectual, mas apresentam grande dificuldade de socialização) e o transtorno invasivo sem nenhuma especificação. O quanto antes a criança for diagnosticada, melhor o prognóstico. O ideal é que ela seja diagnosticada antes dos três anos. O autismo não tem cura e não sabemos suas causas, apenas temos o fator genético.O autismo também pode apresentar-se depois de um desenvolvimento normal da criança durante o primeiro ou segundo ano de vida. Percebemos uma incidência maior em meninos (3 a 4 meninos para uma menina).
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADAS.
As crianças autistas têm um desenvolvimento avançado no plano motor e atrasado no referente à linguagem. A criança autista também tem tendência a evitar o contato pelo olhar.Podemos notar os sinais da doença através de uma alteração da linguagem (não verbal e verbal); comportamento com estereotipias (movimentos com as mãos, balanceio do corpo, dificuldade com mudança de rotina, interesses específicos) e social (sem interesse ou com interesse nos relacionamentos interpessoais, mas sem habilidades). Outra característica é que os autistas pensam muito no concreto e apresentam grande dificuldade com abstrações.Por volta dos 5 a 7 anos ocorre uma melhora no comportamento. As relações interpessoais evoluem, mas continuam deficientes. As anomalias de linguagem geralmente persistem e os comportamentos bizarros diminuem. Na adolescência podem desenvolver crises convulsivas e percebemos um isolamento extremo e a impossibilidade de se relacionar com outros indivíduos. Porém, podemos perceber que a maioria permanece dependente até a idade adulta e aproximadamente 3/4 possuem retardo mental. Os que apresentam QI baixo têm prognóstico pior.
IDENTIFICANDO OS ALERTAS:
Indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% dos seguintes sintomas:
· Dificuldade em juntar-se com outras pessoas;
· Insistência com gestos idênticos, resistência a mudar de rotina;
· Risos e sorrisos inapropriados;
· Não temer os perigos;
· Pouco contato visual;
· Pequena resposta aos métodos normais de ensino;
· Brinquedos muitas vezes interrompidos;
· Aparente insensibilidade à dor;
· Ecolalia (repetição de palavras ou frases);
· Preferência por estar só;
· Conduta reservada;
· Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente;
· Faz girar os objetos;
· Hiper ou hipo atividade física;
· Angústia sem motivo aparente;
· Não responde às ordens verbais, atua como se fosse surdo;
· Apego inapropriado a objetos;
· Habilidades motoras e atividades motoras desiguais;
· Dificuldade em expressar suas necessidades - emprega gestos ou sinais para os objetos em vez de usar palavras.
AINDA SEM CURA, MAS COM SOLUÇÕES:
O autismo acomete cerca de 70 milhões de pessoas no mundo. Em crianças, ele é mais comum do que câncer, diabetes e AIDS juntos. Para os autistas, nosso mundo é caracterizado pelo excesso de informações e, por isso, devemos o tornar mais acessível. Ao lidar com crianças autistas devemos ter em mente que eles possuem o raciocínio muito lógico, não tem a leitura social mas o afeto é muito verdadeiro. Crianças com autismo precisam ter o dia estruturado e professores que saibam ser firmes, mas humanos. O tratamento com medicação praticamente não é usado. Em muitos casos realmente não se usa nenhum remédio. A base do tratamento é a terapia cognitivo-comportamental, em que o psicólogo vai fazer uma “ginástica cerebral”, treinando, principalmente, habilidades sociais.
Aline Cataldi
Psicóloga Clínica e Escolar (PUC) - CRP:05/29285
Mestre em Saúde Mental (UFRJ)
Formação em Entrevista Motivacional (Elizabeth Carneiro e Roseana Ribeiro)
Conselheira em Dependência Química (Contexto Saúde - Psicopedagoga (Cândido Mendes)
www.alinecataldi.com.br
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